Sinto hoje em Satolep O que há muito não sentia O limiar da verdade Roçando na face nua As coisas não têm segredo No corredor dessa nossa casa Onde eu fico só com minha voz A Dalva e o Kleber na sala Tomando o mate das sete A Vó vem vindo da copa Trazendo queijo em pedaços Eu liberto nas palavras Transmuto a minha vida em versos Da maneira que eu bem quiser Depois de tanto tempo de estudo Venho pra cá em busca de mim.
O teu nome, Ana, escrito No braço da minha alma Persiste como uma estrela Nas horas intermináveis Chuva, vapor, velocidade É como o quadro do Turner Sobre a parede gris da solidão. So-to-me-lo te verás-me Como-lho-me verte-ás-nos Solo te quiero dizer-te Que me sinto mui contento Porque vou na tua casa E lemos cousas bonitas juntos No silêncio eu pego a tua mão Tu do meu lado e eu no teu quarto quieto Teu ser se confunde no meu.
Só, caminho pelas ruas Como quem repete um mantra O vento encharca os olhos O frio me traz alegria Faço um filme da cidade Sob a lente do meu olho verde Nada escapa da minha visão. Muito antes das charqueadas Da invasão de Zeca Netto Eu existo em Satolep E nela serei pra sempre O nome de cada pedra E as luzes perdidas na neblina Quem viver verá que estou ali.
Compositor: Vitor Hugo Alves Ramil (Vitor Ramil) (UBC)Publicado em 2020 (20/Mai) e lançado em 2017 (13/Out)ECAD verificado obra #17860744 e fonograma #21090054 em 01/Abr/2024 com dados da UBEM