Preta sai de casa Todo dia Pra suar esperança Em cima duma pia Antes de sair o sol ela sai Da periferia Porque toda mulé tem que Cuidar da sua cria
E todo domingo Cochilando no colchão Ela prepara a canseira Pra pendurar na arara do busão
É a dor, é a canseira O suor, é a ladeira Eterna segunda-feira Espremida num vagão Preta nenhuma tem nome No meio da multidão
E trabalhando todo dia Com o olho fundo Preta não é ninguém E é todo mundo Que os carros na rua Não carregam Que os olhos a toa Não enxergam
E todos os dias Logo depois do serão Preta senta a canseira Lá em cima da cadeira do vagão
É a dor, é a canseira O suor, é a ladeira Eterna segunda-feira Espremida num vagão Preta nenhuma tem nome No meio da multidão
Ela ora a dor nos contos do seu rosário Mas é o seu Deus quem tem que ser perdoado O homem lhe disse: Seu mal será desculpado Mas a força do ventre é que redime o pecado
É a dor, é a canseira O suor, é a ladeira Eterna segunda-feira Espremida num vagão Preta nenhuma tem nome No meio da multidão
Compositor: Desconhecido no ECADIntérpretes: Adam Esteves Debiasi (ABRAMUS), Samantha Rafaella Machado Santos (Samyrms) (ABRAMUS)Publicado em 2014 (31/Out) e lançado em 2014 (30/Nov)ECAD verificado fonograma #9941484 em 23/Abr/2024 com dados da UBEM