Personae iures alieni Diabo e Deus numa sala Firmou-se acordo solene De unir em casamento A fé e o conhecimento
Casou-se com muita gala O saber de Aristóteles Com a cultura do mouro Pra ter num só filhote O duplicado tesouro
E toda casta divina Estava lá reunida Apolo e Macunaíma Diana, Vênus, Urânia Chiquinha Gonzaga Bethânia
O diabo ali presente De todo banco, gerente (Conforme o cabra da peste Chamado Bertold Brecht)
Tinha comida e regalo Tinha ladrão de cavalo pai de santo e afetado Padre, puta e delegado
E as menina meu rapaz Cresceu depressa demais (demais, demais) Anda presa na soltura Circula na quadratura E o sossego ela não deixa em paz
Cada dia mais esperta A moleca desconcerta Conserta e já desconcerta No senso que ela retalha Não há quem bote cangalha (cangalha não, cangalha não) E se você faz represália Ela passa a mão na genitália Esfrega na sua cara
Mas Onde a cultura vige E o conhecimento exige Recita Noblesse Oblige Com veludo na laringe Castiça cantarolando Quod erat demonstrandum E recebida na sala Se trata por tropicália
Compositor: Antonio Jose Santana Martins (Tom Ze) (ABRAMUS)Editor: Irara (ABRAMUS)Publicado em 2012 (07/Mai) e lançado em 2012 (15/Jul)ECAD verificado obra #6653179 e fonograma #2472342 em 13/Abr/2024