Hoje eu deitei mais cedo, estava louco de frio Era sete hora e pico, quando o sol se sumiu A tarde caiu o silêncio, a noite não era escura Eu encostado na velha, baixou a temperatura
Te vira acolchoado velho, que o meu pé não esquentou E a velha tá reclamando que o pé dela gelou
E nesta noite de geada me deu pena da muié Tremendo o queixo me disse, me bota o ferro no pé É o ferro de passar roupa, vê se me alcança de lá Por que o acolchoado velho tá deixando a desejar
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou E a velha tá reclamando que o pé dela gelou
Os galos já estão cantando já alta madrugada Espiei no trinco da porta, estava branco de geada Voltei pra cama de novo, com o corpo arrepiado E a veia só reclamando, temo que durmi abraçado
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou E a velha tá reclamando que o pé dela gelou
E para tratar os bichos levantei de madrugada E no tapete da porta, minha cadela encarangada Fui tirar leite das vacas, as tetas tavam congeladas Minha junta de boi preto, estavam branco de geada
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou E a velha tá reclamando que o pé dela gelou
A veia ficou gemendo a noite inteira reclamando Meu velho você não sabe o que estou passando Eu também tremendo queixo, pulando em cima da cama E a veia de olho aberto, furando uma lechiguana
Te vira acolchoado velho que o meu pé não esquentou E a velha tá reclamando que o pé dela gelou
Voltei pra cama de novo tava frio de arrepia o pelo Deitei juntinho dela mais, colado do que um selo Puxei um papo com a velha, passei a mão nos cabelos Ela me botou a boca, sai daqui, tu tá que um gelo