("Esta é a historia de um velho boiadeiro Que começou desde cedo a trabalhar com boiada Era seu mundo cavalgar estrada afora Sem respeitar dia e hora e sem tempo de parar
Porém, hoje já cansado, sentindo-se abandonado Segue sozinho na estrada, pois a idade lhe traiu E de repente se viu boiadeiro sem boiada")
Boiadeiro sem boiada Sem partida e nem chegada Carrega o peso da idade Cavalgando sem destino Porque não é mais menino Sente a dor de uma saudade
Do tempo em que foi criança E trabalhava na estância Ajudando a rapaziada E com eles foi peão Aprendendo a profissão Da xucra lida da estrada
Quando escuta lá distante O repique de uma berrante Seus olhos pegam chorar Pois seu corpo ainda é forte Sente que nem mesmo a morte É capaz de sufocar
O gosto de ser peão E seguir a profissão Sem ver o fim da jornada Porém não tem condição Porque está em outras mãos As rédeas dessa boiada
Boiadeiro, o tempo é curto E domar cavalo xucro Às vezes encurta mais Não é qualquer moço forte Que vai ter a tua sorte Por isso volte pra trás
Você tem obrigação De mostrar com precisão A quem ficar no teu posto O que se aprende com a idade Ensine o que você sabe E apague o tempo do rosto
Compositor: Joao Miguel Marques de Medeiros (Joel Marques) (SOCINPRO)Editor: Universal Music Publishing Mgb Brasil Ltda (UBC)Publicado em 1984 (01/Jun)ECAD verificado obra #135332 e fonograma #5296 em 09/Abr/2024