Ta lá o corpo estendido no chão Em vez de rosto uma foto de um gol Em vez de reza uma praga de alguém E um silêncio servindo de amém <i> Pôxa cara, tô ligado no seu drama Com a acara nessa lama teve medo de morrer de viver, de sofrer, de nem ter o que comer Ninguém liga pra você Ninguém liga nem nunca ligou </i> O bar mais perto depressa lotou Malandro junto com trabalhador Um homem subiu na mesa de um bar E fez discurso pra vereador <i> É, ninguém liga pra você nem nunca ligou Hoje sobra tanta indiferença, indignação Falta luz, falta governo, falta educação Tanto que com o preconceito em alta Só não sentem a tua falta, meu irmão! </i> Veio camelô vender anel, cordão, perfume barato E baiana pra fazer pastel e um bom churrasco de gato Quatro horas da manhã baixou o santo na porta-bandeira E a moçada resolveu parar e então Ta lá o corpo estendido no chão <i> Quem sabe agora você pode descansar, Se livrar da injustiça Desse medo dos bandido Medo da polícia Maldita cena projetada na janela TV de todo dia, gente pobre é sempre réu O que te resta é um pouco dessa lua Refletida na sarjeta, teu pedaço lá do céu </i> Sem pressa foi cada um pro seu lado Pensando numa mulher ou num time Olhei o corpo no chão e fechei Minha janela de frente pro crime
Compositores: Aldir Blanc Mendes (Aldir Blanc) (ABRAMUS), Joao Bosco de Freitas Mucci (Joao Bosco) (UBC)Editor: Universal Music Publishing Mgb Brasil Ltda (UBC)Publicado em 2001 (09/Jul) e lançado em 2002 (01/Ago)ECAD verificado obra #3778 e fonograma #392546 em 29/Out/2024