Quem já a viu disfarça e nega que sentiu
Inevitável calafrio de cima a baixo na espinha
Todo olhar que com o dela se cruzou
Nunca, jamais se libertou do seu veneno de retina
A sua boca, passaporte do pecado
Foi trancada a cadeado e tem segredos como o mar
Quem mergulhou atrás da chave do mistério
Tanto moço ou velho viajou pra não voltar
O seu andar parece crime calculado
Inocente e culpado do tumulto que se faz
Cadenciado, chacoalhado, sincopado
Cruelmente requebrado
É fatal olhar pra trás
Será sagrada ou será profana
Enfetiçando todos que bem quer
Caiu do céu como insuspeito anjo
Ou surgiu do fogo em corpo de mulher