Numa tardinha Fui andando por aí Coincidiu que eu descobri Pedacinhos de saudade
Tudo igualzinho A um retrato descorado De um cenário amarrotado Pelo avanço da cidade
A figueirona Com seu tronco já ferido Pelo golpe desferido De um machado sem amor
Condenada Sem direito a julgamento Vai tombar qualquer momento Pelas mãos de um malfeitor
Memorizando Minha vida já passada Recordei naquele instante O velho pouso de boiada
E ali mesmo Encontrei só um pedaço Do que um dia foi um laço De um habilidoso peão
E da baldrana As pequenas margaridas Igual estrelas caídas Espalhadas pelo chão
E do lombilho Tropecei num velho caco O farrapo de um guanaco Que um dia foi chapéu
Sons de viola Explodiam pelo ar Parecendo anunciar Um fandango lá no céu
Memorizando Minha vida já passada Recordei naquele instante O velho pouso de boiada
Resto de cerca Que já foi de algum potreiro A armação de um cargueiro E uma trempa enferrujada
E num palanque Velho tronco de ipê A inscrição que a gente lê Velho Pouso de Boiada
Num sonho louco Retornei à mocidade E ruminando a saudade Até altas madrugadas
Juro por Deus Que chorei naquele instante Quando ouvi som de um berrante Despertando a peonada
Memorizando Minha vida já passada Recordei naquele instante O velho pouso de boiada
Compositores: Elias Costa de Andrade (Indio Vago) (SBACEM), Osvaldo Franco (Dino Franco) (ABRAMUS)Editor: Warner (UBC)Publicado em 2006 (11/Abr) e lançado em 1999 (20/Abr)ECAD verificado obra #27927 e fonograma #1038598 em 07/Abr/2024 com dados da UBEM