João era pobre Mas tinha o sossego e a paz do seu lado Passou sua infância Plantando, colhendo e lidando com gado
Ganhou como herança Um pedaço de terra que era dos pais Mas como era jovem Sonhava mais alto em seus ideais
João tinha um sonho De ir pra cidade formar-se doutor Na sua inocência Deixou o seu ninho no interior
Vendeu o seu sítio Todinho plantado e seus animais Pegou sua mala E disse adeus sem olhar para trás
João foi nascido e criado na roça Não tinha maldade Pensava que o mundo era feito de paz Amor e bondade
Além do dinheiro Levava esperança na sua bagagem Mas só encontrou O cruel desengano no fim da viagem
Chegando à cidade João confiava em maus companheiros E logo adiante Roubaram a mala com todo o dinheiro
De um para o outro Passava a mala do pobre João Que desesperado Tentava alcançar o primeiro ladrão
E lá na esquina Tomado de ódio, de mágoa e pavor Aquele caipira Tirava a vida de um malfeitor
Trancado nas grades Não sabe de onde lhe vem tanto mal E aos olhos do mundo João é apenas mais um marginal
E hoje o moço que veio da roça Com tanta esperança Trocou o seu mundo, só fala em maldade Só pensa em vingança
E quando recorda seu sítio, seu ninho Só resta chorar Seu sonho morreu E o seu doce passado jamais voltará
Compositores: Manoel Adao da Silva (Manoelito Nunes) (ABRAMUS), Manoel Gomide da Silva (Toni Gomide) (SOCINPRO)Editor: Irmaos Vitale (SOCINPRO)ECAD verificado obra #1906938 em 10/Abr/2024 com dados da UBEM