Sertão de areia seca Rangendo, pingando Os pés castigando Trazendo miséria, desolação
Caboclo, cadê o roçado? Teu chão castigado O vento de fogo passou E a semente se esturricou
Teu gado, vaqueiro, vaqueiro, teu gado Faminto no pasto começa a tombar Manchando de branco os chapadões descampados As grandes carcaças estão à brilhar
E tu, sertanejo? Pupilas acesas Procura o flagelo da fome acalmar Procura o flagelo da fome acalmar
Não tem fartura, mio, melão, rapadura Girimum já num canteia, começa tudo a fartá Cabô com a seca manteiga, queijo, quaiada Só temo de vitamina luz do sol pra derramá
Se a fome aperta sertanejo não tem jeito Come raiz de umbuzeiro, mucunã e guardião E o desespero de ver só água barrenta Faz o sertanejo um dia se afastá lá do sertão Fugino a seca, tombando pelos caminho Caindo à beira da estrada morrendo de inanição
Sertão de areia seca Rangendo, pingando Os pés castigando Trazendo miséria, desolação, desolação
Compositor: Leyde Vasconcelos Olive (Leyde Olive)Editor: Irmaos Vitale (SOCINPRO)Publicado em 2011 (29/Mar) e lançado em 1956ECAD verificado obra #3169464 e fonograma #656279 em 08/Abr/2024 com dados da UBEM