Meu homem é o meu pão dormido Inteiro, calçado Restos jogados na cama Sonho torto agoniado.
Meu homem é meu sala e quarto Conjugado na tristeza É o aluguel adiado É má fama, cama e mesa Meu homem traz os seus olhos vazios, vazados Traz o seu corpo sumido, surrado De janelas e viagens, de mares, mágoas e bares Traz as paisagens sofridas, batidas de vento Sol rubro, meu homem.
Meu homem é roupa suja Que eu olho rindo, demente Lavando a limpo o passado Passando a ferro o presente.
Meu homem nos seus trancos e barrancos Nos gostos tortos e mancos Faz coisas do Deus dará, meu homem Traz no corpo um cheiro de mulher E uma cicatriz mordida no peito.
E pra mim que tanto o amei E que ainda o sei de cor De ponta a ponta, palmo a palmo Esta blasfemia, meu homem.
Sempre indeciso, Traz um sorriso amarelo, Um coração de farelo.
Meu homem é meu entulho Meu zelador descuidado É meu feijão de gorgulho Meu desejo enguiçado.
Meu homem não vale nada eu sei Mas foi tudo o que encontrei.
Compositores: Francis Victor Walter Hime (Francis Hime) (ABRAMUS), Rui Alexandre Guerra Coelho Pereira (Ruy Guerra) (UBC)Editores: Trevo (AMAR), Vermelha Prod. Artisticas Ltda. (ABRAMUS)Administração: Nossamusica Phonografica (ABRAMUS)Publicado em 2019 (10/Jan) e lançado em 1977ECAD verificado obra #13097656 e fonograma #43000556 em 04/Abr/2024 com dados da UBEM