Se as interperes do passado que sorriu Ofuscada são pelos choros e calmarias Quando o sonho se desfez Precosse n'um sono de vida veloz
A migração fugaz do cotidiano onírico de calmantes em muitas doses duplas
Se ainda fosse a minhoca voando Estragada n'um esofago de um cardeal Ou ainda a cortina da fumaça Despejada no fundo da garganta
Ou ainda a esperaça De que algo de fato fosse
Se não me confudem as alucinações Ao lados do pés estragado dos suicida Quando nenhum momento deixava de ser terrível Uma flor intensa nasceu
E o gorjeio do fringilídeo decantando em inverno A lembrança infernal de ontem
Se não fosse ouro talvez fosse Jesus Em algum pescoço numa pequena cruz Pois só destes no fim tua turva luz pra mim E se tudo não se encaixasse não teria sido assim
Mas se tu és minha flor pagã, a verda eu conto Se fosse satã ainda estaria morto Então, se não fosses minha flor pagã Não estaria aqui se não fosse satã