Cachimbo de barro na mão tremulante Um simples barbante prendendo o avental Rodilha de trapos, bacia cheinha De roupas limpinhas pra pôr no varal
Calcanhar partido pela terra quente Sofrida e doente está tia Tonha Porque a indústria levou seu tear E deixou no lugar a saudade medonha
Navios negreiros não apitam mais Porque os petroleiros chegaram ao cais Aguaceiro mudo de um cansado olhar Você já diz tudo, por que perguntar?
Contando ela diz que um dia seus pais Chegaram ao cais num velho porão E ela mais tarde viu tio Benedito Falando bonito, formado escrivão
Não viu mais escravos nem também chibatas Viu negra mulata destinos iguais Nunca mais ouviu navios negreiros Porque os petroleiros chegaram ao cais
Navios negreiros não apitam mais Porque os petroleiros chegaram ao cais Aguaceiro mudo de um cansado olhar Você já diz tudo, por que perguntar?
Compositores: Joao Doracio (Carlos Cesar) (SICAM), Oswaldo de Freitas Morgado (Morgado) (SICAM)ECAD verificado obra #2053125 em 15/Mai/2024 com dados da UBEM