Pelos corredores frios das igrejas dos meus sonhos
Caminhava em labirintos Com os papeis datilografados Vela em punho como farol Pingos de cera como rastro Trovoadas e estalos no vitral Um suspiro e seu eco
Pelos corredores frios das igrejas dos meus sonhos
Levo toda pesca e toda caça Ao seu devido lugar Procuro o caneco mais vazio E bebo do meu direito Como do trigo o produto mais nobre E me vejo
Pelos corredores frios das igrejas dos meus sonhos
Doando canções antibióticas Que eu me fiz compor Sorrindo Pra não chorar de culpa Pecando por não me perdoar E me sinto
Pelos corredores frios das igrejas dos meus sonhos
Pondo fogo Nos brinquedos de criança Escondendo-me Da face dos deuses E por detrás do pano, Ascendendo o espetáculo
Pelos corredores frios das igrejas dos meus sonhos
Pelos becos quentes de mormaço Dos cabarés dos meus sonhos Pelos lençóis de magma Que desintegram as raízes dos meus sonhos Pelos sonhos que em sono, Sou o sonho dos meus sonhos