Eu, desapeguei das velhas letras mortas Ensanguentada de palavras póstumas Aproximei o verbo da pessoa, e a pessoa da conclusão Eu, aprofundei num linguajar esdruxulo
Eu caduquei vocabulário luxo Evitei aurora, alvorecer, outrora e coração Eu, tirei a pompa e falei da gente Eu, banquei a tonta e fui indecente
Eu não faço uso de flora ou quimera Porque meu canto é pra uma galera Que se distrai e quando a frase é oca, e a boca é de refrão É, aqui não tem um pingo de veneta É, aqui se fala de tudo que é treta
Eu não faço uso de flora ou quimera Porque meu canto é pra uma galera Que não engole frase oca e fica louca quando marca touca de não perceber que a boca é de refrão
Mas eu também posso ser muito eloquente E adicionar deselegantemente, minh'alma, amiúde, alhures, igarapés, desilusão Veja, não é que seja a única proposta, mas eu escrevo com os pés nas costas Pra que me entendam com o cérebro na mão
Compositor: Carolina de Moraes Rego Naine Reis (Carol Naine) (UBC)Publicado em 2016 (27/Out) e lançado em 2016 (11/Nov)ECAD verificado obra #16335559 e fonograma #12688168 em 11/Abr/2024 com dados da UBEM