Vem por terra Treme a terra Sangra a terra Queima, a terra Fala a guerra Chora, a guerra Mata a guerra Vinga a guerra A fome é guerra A sede é guerra Pariuá, Pariuá
Índio guerreado Índio machucado índio ensanguentado Corpo separado Crânio emplumado Olhos costurados Boca costurada Cabeça do índio inimigo mumificada
Flecha que atravessa Osso, ponta e pedra Palha, galho e tronco Escudo, casco de ubá
A desafiar Pólvora e ferro Magia negra é teu império Quem duvidará? Duvidará?
És Munduruku Do relato dos escritores Da loucura dos navegadores A própria guerra
Índio!
Todo pintado de azul Pele da noite, tenebroso índio Munduruku Ergue a lança, o sangue derrama Escorre do crânio Na ponta, faca de bambu
Azulado tatuado paikicé e grita hei Azulado tatuado paikicé e grita hei Azulado tatuado filho de Sacaibê